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O método D'Hondt, também conhecido como método dos quocientes, é um modelo matemático utilizado para converter votos em mandatos com vista à composição de órgãos de natureza colegial. Este método tem o nome do seu criador, o advogado belga Victor D'Hondt, nascido em 1841 e falecido em 1901.
	O sistema de Representação Proporcional caracteriza-se, pelo facto de o número de eleitos por cada candidatura concorrente a uma determinada eleição ser proporcional ao número de eleitores que escolheram votar nessa mesma candidatura. No âmbito deste sistema existem vários métodos que podem ser utilizados para transformar votos em mandatos, sendo o método de Hondt um deles. É o método mais utilizado no mundo, amplamente utilizado em inúmeros países democráticos, entre os quais Portugal.
Algumas das vantagens são as seguintes: assegura boa proporcionalidade (relação entre votos e mandatos) e é muito simples de aplicar em comparação com outros. Por outro lado, a principal desvantagem que lhe é atribuída é o facto de, tendencialmente, favorecer os partidos maiores.
Para melhor explicar a sua utilização aqui fica um pequeno exemplo: O círculo eleitoral "XPTO" tem direito a eleger 7 deputados e concorrem 4 partidos: A, B, C e D. Apurados os votos, a distribuição foi a seguinte: A - 12000 votos; B - 7500 votos; C - 4500 votos; D - 3000 votos. Da aplicação do método de Hondt resulta a seguinte série de quocientes:
| Divisor | Partido | |||
|---|---|---|---|---|
| A | B | C | D | |
| 1 | 12000 | 7500 | 4500 | 3000 | 
| 2 | 6000 | 3750 | 2250 | 1500 | 
| 3 | 4000 | 2500 | 1500 | 1000 | 
| 4 | 3000 | 1875 | 1125 | 750 | 
Depois da divisão são escolhidos os 7 maiores quocientes. Assim a distribuição de lugares fica repartida da seguinte forma:
NUNES, Vitor F. R. "O que é o método de Hondt?", matematica.pt. Disponível em: https://www.matematica.pt/faq/metodo-hondt.php, acedido em 04 de Novembro de 2025.
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Gostava de saber porque é que se afirma: "favorecer tendencialmente, os partidos maiores." Não é verdade!
O método de Hondt respeita plenamente a proporcionalidade, ou seja, a proporção dos mandatos respeita a proporção dos votos. É impossível outra distribuição de mandatos que respeite melhor a proporcionalidade dos votos.
Acresce, que considerando a "regra que em igualdade atribui o lugar à lista menos votada", o método de Hondt favorece os partidos mais pequenos...
Olá Raul,
O método de Hondt em comparação com outros métodos, como por exemplo, o método de Sainte-Laguë, que também é muito utilizado, favorece mais os partidos maiores do que este último. De resto, não existem métodos matematicamente perfeitos, se assim fosse, em vez de existirem uma dezena de formas de fazer a distribuição de mandatos existiria apenas uma. O nosso sistema eleitoral utiliza este, porque de todos os existentes parece ser o mais "justo".
Qual a solução, se para o último mandato a atribuir, todas as listas restantes tiverem o mesmo número de votantes?
Ex: lista A: 25 votos; lista B: 17 votos e lista C: 17 votos?
Não encontrei resposta. Podem ajudar-me? Obrigada.
Olá,
Se as listas tiverem o mesmo número de votantes, terá que existir um critério de desempate nos estatutos eleitorais que permitam tomar essa decisão. Em termos matemáticos, não há mais nada a fazer, o método de Hondt não decide nada em relação a isso. Mas os estatutos podem definir que em caso de empate ganha o candidato mais novo, ou o que tiver mais experiência, ou a lista que estiver à menos tempo no poder, etc. Em todo o caso, essa não é uma decisão do forro da matemática.
Boa tarde
Gostaria de saber, no caso de empate entre duas listas, que ainda não elegeram deputados, por ex 14.000 votos cada, como é que se faz o desempate?
Olá Carlota,
É extremamente raro duas listas terem exatamente o mesmo número de votos. Mas na eventualidade de isso acontecer, caso a comissão que rege as eleições não tenha previsto essa hipótese e não exista nenhum critério de desempate previamente acordado, penso que o mais correto será repetir as eleições apenas com essas duas listas, de forma a atribuir os lugares disponíveis.
Qual é a fórmula para se obter o mínimo dos votos necessários para eleger o primeiro deputado?
Sei que há uma, já a soube, mas não me consigo lembrar.
Obrigado.
Olá Francisco,
Infelizmente não posso ajudar porque também não conheço a fórmula. Mas se entretanto descobrir qual é, convido desde  já, a que a partilhe connosco. Obrigado.
O método de Hondt parece-me perfeitamente indicado no âmbito de um círculo eleitoral. No entanto, as eleições para a Assembleia da República são divididas em diversos círculos eleitorais. Este sistema beneficia (a) os partidos maiores e (b) os partidos que concentram os eleitores em alguns círculos eleitorais. Um exemplo do caso (a) foi a maioria do PS de Costa em 2022 com 117 deputados com apenas 41.38% dos votos. Em 2024 o Livre com 3,16% elegeu 4 deputados e o PAN com 1,95% apenas elegeu 1.
Olá Joaquim,
Um caso paradigmático daquilo que mencionou, aconteceu nestas eleições legislativas de 2025. O partido JPP com 0,34% do votos elegeu o mesmo número de deputados que o Bloco de Esquerda com 2,00% dos votos. Ou ainda, analisando o total de votos em vez das percentagens, o JPP com 20.126 votos elegeu 1 deputado, enquanto que o ADN com 78.914 votos não conseguiu eleger nenhum! Por aqui se vê que o método de Hondt, quando aplicado em vários círculos eleitorais, está longe de ser perfeito!
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