Assiste hoje mesmo às nossas aulas em vídeo com centenas de exercícios resolvidos. Aproveita e esclarece as tuas dúvidas todas!
O raciocino lógico é uma das principais conquistas da mente humana. É graças a ele que conseguimos resolver problemas complexos. No entanto, na resolução desses problemas, surgem por vezes incongruências que parecem ir contra o senso comum e que desafiam a nossa capacidade lógica de analisar e de pensar. Desde os primórdios da matemática que surgiram problemas que desafiaram os maiores especialistas. Alguns deles foram considerados paradoxos por parecerem insolúveis, outros foram sendo resolvidos com novas descobertas e com o avanço da matemática.
Aquiles decide fazer uma corrida com uma tartaruga. Como a velocidade do herói da mitologia grega é muito superior à da tartaruga, ele decide dar-lhe um avanço de 10 metros. Vamos agora supor que Aquiles corre dez vezes mais rápido que a tartaruga. A corrida inicia-se e assim que Aquiles percorre os primeiros 10 metros para alcançar a tartaruga, esta já avançou 1 metro. Após Aquiles percorrer este 1 metro, ela já avançou 10 cm. Assim que ele percorre estes 10 cm, ela já avançou mais 1 milímetro. E assim por diante, o paradoxo diz-nos que Aquiles nunca alcançará a tartaruga, pois esta terá sempre um avanço em relação ao corredor.
Em 1901, Bertrand Russell descobriu um paradoxo que expunha uma falha nos fundamentos da Teoria dos Conjuntos. Segundo a teoria aceite até essa data, um conjunto pode conter outros conjuntos, inclusive ele próprio. Por exemplo, o conjunto das ideias é uma ideia. No entanto, isto não é verdade para todos os conjuntos, já que existem imensos que não se podem conter a si próprios. É o caso do conjunto de todas as cores, que não é uma cor, ou do conjunto de todos os lápis, que não é um lápis. Posto isto, Russel pensou na existência de um conjunto de todos os conjuntos que não se contém a si mesmo (aquele que inclui o conjunto de todas as cores e o de todos os lápis) e colocou a seguinte questão: “Este conjunto pertence a si mesmo?”. Existem duas repostas possíveis: sim, ele pertence a si mesmo, ou não, não pertence a si mesmo. Se a resposta é que ele pertence a si mesmo, ele é um conjunto que não pertence a si mesmo (porque essa é a característica que define os participantes desse conjunto específico). E se a resposta for que ele não pertence a si mesmo, então ele é um conjunto que pertence a si mesmo. Este é o paradoxo de Russell: a resposta afirmativa leva a negação, e vice-versa.
Uma variante muito conhecida deste paradoxo é o Paradoxo do Barbeiro, que consiste no seguinte: Existe em Sevilha um barbeiro que segue duas regras escrupulosamente:
O paradoxo surge quando tentamos saber se o dito barbeiro faz a barba a si próprio ou não. Se fizer a barba a si próprio, não pode fazer a barba a si próprio, para não violar a segunda regra; mas se não fizer a barba a si próprio, então tem de fazer a barba a si próprio, pois essa é a primeira regra.
Foi interessante? Então partilha!NUNES, Vitor F. R. "Paradoxos Matemáticos, o que são?", matematica.pt. Disponível em: https://www.matematica.pt/faq/paradoxos-matematicos.php, acedido em 12 de Setembro de 2024.
Neste local poderás colocar os teus comentários e as tuas dúvidas. Todas as mensagens que não estiverem diretamente relacionadas com este tema, ou que eventualmente contenham linguagem considerada imprópria serão removidas.
Consulta a nossa Lista de Perguntas para ficares a conhecer um pouco mais sobre os mais diversos temas relacionados com a matemática. Caso tenhas alguma pergunta (matemática) pertinente, cuja resposta não consigas encontrar facilmente, envia-nos um email através da página Contactar com essa dúvida. Teremos todo o gosto em responder. Na eventualidade de detetares algum erro nas nossas respostas, não hesites em avisar-nos!